O Teatro Brasileiro estudado na Itália

Teatro Brasileiro na Itália

No caminho para melhor entender a influência do teatro Italiano no Brasil, seria interessante mergulhar em cada tipo de ligação entre os dois teatros, inclusive um análise de como o teatro Brasileiro é visto na Itália.

Que tipo de estudos são feitos na Itália sobre o teatro Brasileiro?

Como é visto o teatro Brasileiro pelo acadêmicos da arte teatral italiana?

 

Seguem algumas referências de estudo do teatro Brasileiro na Itália.

 

O ensaio: “La presenza musicale italiana nella formazione del teatro brasiliano” de Maria de Lourdes Rabetti destaca a importância particular do elemento de “italiano” na evolução do teatro no país latino-americano: a passagem de companhias de teatro (entre os atores, Adelaide Ristori) e a influência de formas de música da Ópera italiana na comédia social brasileira de Martin Pena.

 

Teatro Italiano

Os ensaios no n. 83-84 da “Biblioteca teatrale” são inteiramente dedicados ao teatro brasileiro, estabelecido apenas recentemente (no século XX) como um teatro profissional e nacional. Os artigos são o resultado do intercâmbio realizado, desde 2005, entre a Universidade La Sapienza de Roma e da Universidade Federal da Bahia (UFBA), com seminários e workshops sobre questões-chave de teatro e transculturalidade entre Itália e Brasil. Os autores debruçar sobre o contexto histórico e cultural em que se desenvolve o teatro brasileiro enfatizando a intersecção da cena folk com a burguesia e avant-garde e a valiosa contribuição dos artistas europeus.

 

Leonardo Boccia, curador do “Teatro carcamano. Anarchismo e potere a San Paolo nella prima metà del Novecento”, conta como o teatro foi, de meados do século XIX, o veículo de expressão e comunicação para os italianos que emigraram para o Brasil, que deram à luz em São Paulo, ao anarquista “Teatro Sociale”, como forma de luta contra a exploração do proletariado.

Com o tempó, a integração dos italianos levou à perda do uso do termo carcamano (“ladrão, patife”), usado pelos habitantes para definir os emigrantes. Desde 1948 um novo desafio para elevar a qualidade da produção do teatro brasileiro tem sido a experiência do Teatro Brasileiro de Comédia fundada por napolitana Franco Zampari.

 

Os ensaios de Lídia de Teive e Argolo e Yuri Brunello, respectivamente “L’osceno in scena. Nelson Rodrigues e il nuovo teatro brasiliano” e “Nelson Rodrigues in dialogo con Luigi Pirandello”, destacam as caraterísticas do autor que revolucionou o teatro brasileiro juntando ao modernismo os novos temas existencialistas. Produto de inovação é a encenação no ano 1943, da peça Vestido de noiva dirigida pelo polonês Zbiguiew Ziembinski, onde são trazidos para à cena a intimidade, o inconsciente e os planos de alucinação. Brunello analisa três textos rodriguesiani dos anos 40, cuja inspiração para Pirandello é declarada pelo mesmo autor.

 

Teatro Brasileiro na Itália

Eugenia Galeffi Maria e Sergio Romanelli contribuiram com um ensaio dedicado ao escritor brasileiro do século Machado de Assis, estrelado principalmente como um crítico de teatro, voz crítica nos debates sobre a cena e o papel “civilizador” do teatro.

 

Raimundo Matos de Leão, em “Modernità e avanguardia nella scena teatrale baiano-brasiliana” fornece uma visão geral da história da cena brasileira do século XX a partir do processo de “modernização” através de vinte anos de regime ditatorial e de censura, até o teatro do Rio e de são Paulo, incluindo experiências de vanguarda, e Bahia, onde uma verdadeira Escola de teatro nasceu nos anos 50, quando nasce a figura do diretor e há uma retomada das formas de teatro popular.

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